Uma nova variante do coronavírus SARS-CoV-2 foi, aparentemente, descoberta no Chipre, na região leste do Mediterrâneo, e, por enquanto, recebe o apelido de Deltacron, já que combina características da Delta (B.1.671.2) e da Ômicron (B.1.1.529).
A identificação foi feita pelo professor da Universidade do Chipre e chefe do Laboratório de Biotecnologia e Virologia Molecular, Leondios Kostrikis. Até o momento, a Organização Mundial da Saúde (OMS) não se pronunciou sobre o caso.
De acordo com a Bloomberg, Kostrikis e sua equipe encontraram 25 casos da variante Deltacron. No momento, ainda não é possível afirmar se há mais casos da nova cepa do coronavírus e nem quais podem ser os impactos da sua disseminação para a saúde pública.
“Veremos no futuro se essa cepa é mais patológica, contagiosa ou se vai prevalecer” contra as duas cepas dominantes — a Delta e Ômicron —, comentou o cientista. No entanto, Kostrikis entende que a Ômicron deve continuar predominante em todo o mundo, independente da Deltacron.
Após a descoberta da nova variante, os pesquisadores do Chipre enviaram detalhes da descoberta para um banco de dados internacional que rastreia a evolução do coronavírus, o GISAID.
Deltacron é uma nova variante?
Sobre as origens da Deltacron, Kostrikis lembra que “existem, atualmente, co-infecções por Ômicron e Delta e descobrimos esta cepa que é uma combinação das duas”. Em outras palavras, a origem da nova variante pode ser um paciente contaminado pelas duas cepas, de forma simultânea. A partir da interação de ambas no organismo infectado, surgiu a Deltacron.
Por outro lado, cientistas especulam que a descoberta da variante é resultado da contaminação das amostras em laboratório, o que não representaria um risco real na pandemia da covid-19. Em comunicado, divulgado no domingo (9), Kostrikis nega tal risco e defende a formação natural da nova cepa.
Nas próximas semanas, o surgimento e a identificação de novos casos da Deltacron devem permitir uma análise mais precisa da situação pelos cientistas, inclusive de riscos.
Fonte: CNBC e Bloomberg