Eduardo Batista, cadeirante desde 2018, desenvolveu solução de baixo custo, sem nenhum similar no mercado nacional
Morador do bairro São Cristóvão II, o administrador Eduardo Batista não imaginava que sofreria um acidente em uma trilha de bike e se tornaria cadeirante aos 37 anos de idade. Na queda, fraturou as vértebras T5 e T6, lesionando a medula e paralisando seus movimentos do peito para baixo. Após uma cirurgia, várias sessões de fisioterapia e medicamentos diários, Eduardo criou um novo equipamento na busca por melhores resultados em sua reabilitação.
Junto com amigos da área da saúde e um empresário que fabrica equipamentos de ginástica, ele aprimorou um protótipo e passou a comercializá-lo. “A ideia surgiu após me deparar com simuladores de caminhada importados com valores que chegam a R$ 2 milhões. Conseguimos desenvolver uma versão nacional simplificada a partir de R$ 8,9 mil”, conta o empreendedor.
A invenção, batizada de NeuroAction, é uma nova abordagem na metodologia de reabilitação. Segundo Eduardo, trata-se de um dispositivo que permite a pacientes que sofreram paralisia dos membros inferiores a realização de exercícios de reabilitação em posição vertical. “O equipamento também pode ser usado por pessoas com mobilidade reduzida e idosos”, explica.
O equipamento já foi aprovado tanto por pacientes quanto por profissionais. De acordo com a fisioterapeuta Danielle Esterfane da Silva, por exemplo, o NeuroAction dá a sensação de caminhar. “Os efeitos que resultam disso, como melhora da condição física e sensação geral, já são sentidos após as primeiras sessões. Uma pessoa paralisada (paraplégico), após a conclusão de todo o ciclo de exercícios, goza de relaxamento dos músculos que antes estavam em tensão espástica, melhorando a amplitude do movimento articular, se livrando das contraturas”, detalha.
De acordo com a personal trainer Bárbara Vasconcelos, que acompanha o inventor em seus treinos, “o equipamento, já patenteado, possibilita que o corpo esteja sujeito à carga natural na posição vertical e que as articulações sejam passivamente postas em movimento alternadamente: coxa, joelho, tornozelo e pé. Além disso, trabalha o movimento da parte superior do corpo, ajudando a desenvolver a mobilidade de tronco”.
Funcionamento
Ao mover seus membros superiores ou com auxílio do motor (na versão motorizada), o paciente força os pontos de apoio dos membros inertes inferiores a se moverem. Dessa forma, mantendo-se de pé e coloca todo o seu corpo em movimento, simulando o andar. O produto já foi validado também pelo mercado. Lançado em novembro de 2021, o NeuroAction já foi entregue a sete clientes espalhados pelo Brasil, além de mais 15 vendas em andamento e 130 interessados. O público-alvo são fisioterapeutas e clínicas de reabilitação para uso em pacientes que sofrem de paresia ou paralisia dos membros inferiores por lesão medular ou paralisia cerebral, idosos com dificuldade de locomoção e pessoas com mobilidade reduzida e outros distúrbios do movimento. O NeuroAction está à venda com parcelas a partir de R$ 168,00 pelo crédito acessibilidade do Banco do Brasil. Mais informações no Instagram @neuroactionoficial, com Eduardo Batista (31) 98695-3647 e pelo site www.neuroactionoficial.com.br.