Possíveis planetas habitáveis próximos de nós, a cerca de 32 anos-luz da Terra, serão o foco de um novo telescópio espacial sendo projetado pela China.
Os membros da iniciativa propõem que o telescópio “Closeby Habitable Exoplanet Survey (CHES)” tenha 1,2 m de abertura e fique no Ponto de Lagrange L2, uma região de estabilidade gravitacional a 1,5 milhão de quilômetros da Terra que, hoje, também é o lar do telescópio espacial James Webb.
A ideia é que o CHES passe cinco anos trabalhando em busca de exoplanetas habitáveis ao redor de aproximadamente 100 estrelas parecidas com o Sol. Depois, os astrônomos vão analisar os dados em busca de mundos com tamanho e órbita parecidos com os da Terra, para tentar encontrar algum “irmão” do nosso planeta que possa abrigar água e, quem sabe, vida. A equipe espera encontrar cerca de 50 exoplanetas parecidos com a Terra.
Ji Jianghui, astrônomo da Academia Chinesa de Ciências e principal investigador do CHES, acredita que o projeto trará pistas importantes para sabermos se estamos sozinhos no universo e como os planetas podem ser “berços” para o florescimento da vida. “A descoberta dos mundos habitáveis próximos será um grande avanço para a humanidade, e vai também ajudar humanos a visitar estes gêmeos da Terra e expandir nosso espaço para vida no futuro”, disse.
Hoje, o catálogo de exoplanetas da NASA reúne mais de 5.000 mundos conhecidos na Via Láctea — destes, quase 4.000 foram descobertos através do método do trânsito. Esta é uma técnica eficiente, mas lenta, e o telescópio proposto pelo projeto poderia identificar exoplanetas mais rapidamente através da astrometria: neste caso, os cientistas iriam procurar pequenos movimentos nas estrelas, causado pela influência da gravidade dos planetas em suas órbitas.
Se uma estrela estiver “tremendo” demais em comparação com as de referência, o telescópio CHES vai deixá-la sinalizada para investigações mais aprofundadas. Ao examinar a forma como a estrela está se movendo, os pesquisadores acreditam que podem identificar a massa dos exoplanetas na órbita dela e até as trajetórias que seguem.
Vale lembrar que, por enquanto, a proposta passou apenas por investigações preliminares, que não garantem que o CHES será, de fato, desenvolvido ou lançado. De qualquer forma, as decisões sobre fundos destinados ao projeto devem ser divulgadas em junho; se for selecionado para receber apoio financeiro e puder avançar, a equipe do CHES espera que o instrumento seja lançado em 2026.
Fonte: CGTN