Técnica para fazer o primeiro registro de um buraco negro envolveu 11 observatórios distribuídos em 8 locais ao redor do mundo.
O mundo conheceu na quinta-feira (12) o primeiro registro de Sagitário A*, o buraco negro supermassivo no centro da Via Láctea. Trata-se de um abismo cósmico que suga para si tudo o que se aproxima dele, até mesmo a luz.
A imagem foi feita pelo Event Horizon Telescope, um projeto formado por 11 observatórios de rádio distribuídos em 8 locais diferentes ao redor do mundo.
Sem essa colaboração internacional, seria necessário um telescópio do tamanho da Terra para observar o contorno de Sagitário A*. É o que explica a astrofísica Thaisa Storchi Bergmann, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A cientista ficou conhecida internacionalmente quando publicou um estudo fornecendo indícios de um buraco negro supermassivo.
“No espaço, quando a gente quer observar um alvo pequeno, quanto menor o alvo maior tem que ser a antena ou telescópio. Para observar uma laranja na lua – que é o diâmetro angular equivalente do horizonte de eventos do buraco negro – precisa de uma antena do tamanho da Terra”, diz.
Thais ainda explica por que o registro feito pelos 11 observatórios representa um avanço científico a ser celebrado para além da possibilidade de observar o buraco negro.
“Essa técnica é bem sofisticada. Envolve um monte de desafios computacionais e tem que todos esses observatórios observar ao mesmo tempo o mesmo alvo e depois combinar todos os sinais. Isso é um desafio tecnológico grande que somente atualmente é que se conseguiu fazer.”
Por: G1