Para tentar garantir a integridade das eleições no Brasil, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) está formando uma parceria com o Telegram, app de mensagens russo que, por conta de seus grupos abertos, passou a ser utilizado por grupos que compartilham fake news.
O TSE já tem acordo com a Meta, dona do WhatsApp, Facebook e Instagram; com o Google e o TikTok. Agora, a intenção é cooperar também com a plataforma russa e para isso o presidente do órgão, Luís Roberto Barroso enviou um ofício para Pavel Durov, diretor do Telegram, para marcar uma reunião para discutir formas de combater fake news.
Segundo Barroso a empresa não tem representante oficial no país, apesar de a plataforma estar presente em mais de 50% dos smartphones ativos no Brasil. Isso, junto com o fato do Telegram ser um celeiro de teorias da conspiração, faz com que a preocupação com o app seja redobrada, ainda mais com a proximidade das eleições presidenciais, que ocorrem em outubro de 2022.
Telegram nas eleições
Apesar disso, o TSE diz que não houve resposta do pedido de reunião, o que pode exigir medidas do órgão, como impedir o funcionamento do app durante o período eleitoral. “O presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, entende que nenhum ator relevante no processo eleitoral de 2022 pode operar no Brasil sem representação jurídica adequada, responsável pelo cumprimento da legislação nacional e das decisões judiciais. Na volta do recesso, o presidente irá discutir internamente com os ministros as providências possíveis”, disse em nota.
“O TSE já celebrou parcerias com quase todas as principais plataformas tecnológicas e não é desejável que haja exceções. O ministro Barroso e seus sucessores, ministros Luiz Edison Fachin e Alexandre de Moraes, estão empenhados em promover eleições livres, limpas e seguras, e este deve ser um compromisso de todos os que participam do processo democrático brasileiro”, completou.