Dos 488 municípios mineiros que participaram de pesquisa sobre migrantes, um terço desse total apontou a presença de imigrantes, 64,3% a ocorrência da emigração e 65,2% indicaram a presença de retornados.
Em relação à imigração, os venezuelanos compõem o maior grupo mencionado pelos respondentes e, nos municípios onde residem, são considerados em 66,3% dos casos como o grupo mais importante. O segundo grupo de imigrantes é composto pelos haitianos, seguido dos bolivianos e sírios. Outras nacionalidades foram também mencionadas: os argentinos e portugueses.
Essas são as principais conclusões de pesquisa desenvolvida pelo Departamento de Serviço Social da PUC Minas, encomendada pela Organização Internacional para as Migrações (OIM), que será divulgada nesta quinta-feira, 28 de abril. O evento do Relatório Mobilidade Humana e Acolhimento de Venezuelanos: Fortalecendo a Governança Migratória no Estado de Minas Gerais será on-line, às 10h, com transmissão pelo canal do YouTube PUC Minas Lives. Na ocasião, os professores Maria da Consolação Gomes Castro, coordenadora do Grupo Interdisciplinar de Pesquisa e Extensão Direitos Sociais e Migração/Departamento de Serviço Social e Duval Magalhaes Fernandes, do Programa de Pós-graduação em Geografia, apresentarão sua pesquisa. Veja a programação.
O levantamento realizado teve por objetivo conhecer a percepção dos gestores e/ou técnicos das secretarias municipais de assistência social sobre o processo da mobilidade humana internacional no município, tratando da imigração, emigração e o retorno. Buscou-se conhecer a visão institucional sobre o tema e não aquela que poderia ser expressada pelo gestor/técnico em termos pessoais. Mesmo assim, foi possível observar em algumas cidades, nas quais mais de um gestor/técnico respondeu à pesquisa, que dependendo do cargo ocupado pelo respondente, havia discrepâncias nas respostas, mostrando que pessoas em cargos de chefia tinham visões distintas daqueles profissionais que estavam no atendimento direto à população.
Os achados desse levantamento indicam que há segurança no uso dessa metodologia de pesquisa para obter informações de um número elevado de localidades. Fica claro também que há necessidade de maior envolvimento de parceiros para contribuir na sensibilização dos técnicos e gestores municipais quanta a importância de considerar a mobilidade humana internacional como uma oportunidade para se conhecer outra realidade e, entender que tanto o imigrante, quanto o emigrante são sujeitos de direitos.