Mais do que o simples apoio, o IBGE considera fundamental o engajamento das autoridades municipais na preparação do Censo Demográfico 2022, cuja coleta de dados começará em 1º de agosto.
Esta foi a principal mensagem dos participantes do painel “A importância do Censo 2022 e como acompanhar”, realizado no dia 27, dentro das atividades da XXIII Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, promovida pela Confederação Nacional dos Municípios (CMN). O evento, no Centro Internacional de Convenções do Brasil, terminou ontem (28) e contou com a participação de mais de 3 mil prefeitos de todo o país.
A apresentação, de uma hora e meia, foi dividida entre David Montero, assessor da Coordenação Operacional dos Censos; Wolney Menezes, coordenador do Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos (CNEFE); e Cláudio Barbosa, coordenador operacional do Censo. A abertura ficou a cargo de Hilton Leal, economista da CMN, que destacou a relevância dos dados populacionais pesquisados pelo IBGE na divisão de recursos entre os municípios.
“Os dados coletados pelo Censo interferem no Fundo de Participação dos Municípios (FPM), já que o coeficiente é calculado com base na população”, explicou Leal, acrescentando que o Censo é a única fonte de informação que oferece o diagnóstico do município ao gestor de políticas públicas. “Nós não conseguimos planejar o futuro se não tivermos o raio-x do momento. E isso é feito através do Censo. Por isso, pedimos que os gestores municipais incentivem os moradores da sua cidade a receberem o recenseador”, disse.
Em seguida, o analista do IBGE David Montero resumiu a operação censitária em gráficos e números, para uma plateia formada majoritariamente por prefeitos e secretários municipais. Montero citou as diferentes realidades encontradas pelos recenseadores nos setores censitários e como as ferramentas tecnológicas disponibilizadas pelo Instituto ajudam no trabalho de coleta, que pode ser acompanhado praticamente em tempo real. “A tecnologia utilizada permite que assim que o recenseador faz a visita e preenche o questionário, ele o transmite via internet. Isso dá à prefeitura a oportunidade de ver quantos questionários foram aplicados na região e acompanhar o trabalho do recenseador”, comentou.
Coube a Wolney Menezes detalhar as fases do Censo Demográfico e quais os melhores momentos para as administrações municipais ajudarem o IBGE. “Existe um antes, um durante e um depois do Censo, e sempre há oportunidades de recebermos ajuda e informações dos municípios”, disse.
Ele também citou a importância de uniformizar, junto às prefeituras, as informações do Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos (CNEFE), um repositório de endereços de abrangência nacional criado em 2005, a partir dos dados coletados pelo Censo 2000. O CNEFE traz informações sobre domicílios e estabelecimentos de todo o país. A cada novo recenseamento, ele é atualizado, passando ainda por um processo contínuo de atualizações pontuais de acordo com a demanda das demais pesquisas.
Por fim, o coordenador operacional do Censo, Claudio Barbosa, fez um breve resumo dos dados coletados pelo recenseador e aproveitou para falar sobre as características de diversas cidades representadas no auditório por seus prefeitos e assessores. Para isso, Barbosa usou dados do Portal Cidades, o sistema agregador de informações do IBGE sobre os municípios e estados do Brasil.
Também estiveram presentes ao evento chefes de Unidades Estaduais do IBGE, os diretores Cimar Azeredo (Pesquisas) e Cláudio Stenner (Geociências), que se dispuseram a responder perguntas da plateia ao fim das palestras, reforçando o clima de parceria entre o Instituto e os gestores municipais.