As entregas com drones estão cada vez mais próximas. O iFood é a primeira empresa das Américas a receber autorização para fazê-las. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a empresa pode usar os dispositivos para rotas de até 3 km e cargas de até 2,5 kg em todo o país.
Essa autorização é inédita no mercado e no continente. As entregas podem ocorrer inclusive em ambientes urbanos, desde que sejam mantidas as margens de segurança estabelecidas no projeto. “É um marco histórico na aviação e no desenvolvimento da sociedade”, diz Fernando Martins, head de logística e inovação no iFood.
Os drones fazem apenas parte do trajeto: eles levam os pedidos até uma área específica e segura para pousos e decolagens de drones, um droneporto. Lá, o pedido é coletado por um entregador do iFood que o transporta até o cliente. “A mudança deve agilizar as entregas com o uso de modal aéreo em parte das rotas.”
Roberto José Honorato, superintendente de aeronavegabilidade da Anac, destaca que, no processo que levou à aprovação, as características técnicas foram exploradas, com base em requisitos de segurança. “A utilização de drones para entrega de mercadorias é uma das mais esperadas aplicações da tecnologia. O Brasil está na vanguarda”, aponta.
Em teste desde 2020
A opção está em teste no iFood desde 2020: foi a primeira foodtech a fazer entregas com drones. O primeiro Certificado de Autorização de Voo Experimental (Cave) foi obtido ainda em 2020 e incluía voos experimentais no Shopping Iguatemi de Campinas (SP).
Durante o teste, foram realizadas mais de 300 entregas de pedidos enviados a mais de 20 restaurantes parceiros na região. Todas as operações são realizadas pela Speedbird — os profissionais da companhia são habilitados e preparados para a aeronavegabilidade segura de drones.
Já em 2021, o trajeto entre duas cidades diferentes foi testado pela primeira vez. As localidades envolvidas foram Aracaju e Barra dos Coqueiros. Lá, o drone partia do Shopping RioMar Aracaju, atravessava o rio Sergipe e percorria 2,8 km até Barra dos Coqueiros. Isso permite evitar o trânsito na capital sergipana: a viagem pelo ar leva 5 minutos e 20 segundos contra os 25 a 55 minutos do trajeto terrestre.
O processo de autorização foi desenvolvido ao longo de oito meses. Como é um tipo de operação novo, a avaliação abrangeu diferentes preocupações de segurança. A Anac acompanhou quatro ensaios: três em São José dos Campos (SP), para análise das características técnicas da aeronave, e um em Aracaju (SE), para avaliação operacional.
Por: canaltech