Unidade impulsionará estudos sobre ferrovias e poderá atrair investimentos para o setor dentro do estado
Minas Gerais acaba de ganhar um Núcleo de Desenvolvimento Tecnológico Ferroviário (NDF). A unidade, que será sediada na Universidade Federal de Viçosa (UFV), na Zona da Mata, terá como objetivo desenvolver pesquisas na área de transporte ferroviário, além de buscar a atualização permanente dessa tecnologia para garantir parcerias com empresas e instituições que atuam no setor.
O núcleo é fruto de convênio firmado entre Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), UFV, Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) e Instituto Federal de Educação de Minas Gerais (IFMG).
Com a criação da unidade, Minas Gerais reafirma o protagonismo no modal ferroviário, reforçado pelo desenvolvimento do Plano Estratégico Ferroviário (PEF Minas), entregue em julho do ano passado.
“Essa é uma iniciativa muito importante para a nossa estratégia no setor de ferrovias. Ela demonstra o avanço e pioneirismo de Minas em investir em tecnologia e inovação para atrair investimentos e desenvolver o modal tão significativo para a nossa história e o nosso futuro”, avalia o secretário de Estado de Infraestrutura e Mobilidade, Fernando Marcato.
Investimentos
De acordo com a Seinfra, Minas é, hoje, o estado brasileiro mais preparado para receber investimentos, no curto e médio prazo, dentro do modal ferroviário. Não por acaso, a maior malha ferroviária do país, com cerca de 5 mil quilômetros, está em solo mineiro e cruza nada menos que 180 municípios.
A posição geográfica privilegiada do estado, que conecta as regiões Norte e Sul do Brasil, também é um diferencial competitivo para potencializar o escoamento da produção de grãos e minerária nos maiores complexos portuários do Sudeste.
Os estudos realizados no PEF apontam vários trajetos com potencial para atração de investimentos e geração de novos negócios. Um dos mais importantes é o trecho entre Pirapora-Unaí-Luziânia (GO), com 420 quilômetros de extensão. A criação dessa linha férrea transformaria o Noroeste Mineiro em uma nova fronteira agrícola, tendo a ferrovia como uma das principais engrenagens. O resultado seria a conversão de áreas degradadas de cerrado não produtivo em solo agricultável, com grande potencial para alavancar as exportações e transformar por completo a realidade econômica e o IDH da região.
Perspectiva
A criação do NDF contou com aportes de R$ 745 mil, vindos do orçamento da Seinfra e de emenda parlamentar.
Chefe de gabinete da Fapemig, Daniel Ferreira de Souza afirma que a parceria desenvolvida junto à Seinfra, com protagonismo das universidades, tem como objetivo colocar o estado de vez na rota do desenvolvimento relacionado ao modal ferroviário, através da geração de novos processos, produtos e tecnologias.
“Como exemplo de entregas esperadas podemos elucidar a produção de artigos científicos, a iniciação científica de vários estudantes de graduação para garantir uma nova geração de pesquisadores com foco em tecnologias ferroviárias, a produção de novos componentes/produtos tecnológicos, bem como a criação de empresas no setor ferroviário nas cidades envolvidas (Viçosa, Santos Dumont e São João del-Rei). Dessa forma pode-se afirmar sem dúvidas que Minas Gerais vai no futuro retomar seu papel relacionado ao desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação, no setor ferroviário, resgatando sua vocação ferroviária histórica”, avalia.