Depois de dois anos, será realizada mais uma vez a Feira Feminista com várias atrações na Praça Tiradentes.
Com total apoio da Prefeitura de Sete Lagoas – por meio das secretarias municipais de Educação, Esporte e Cultura e de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico e Turismo (Semadetur) – a Praça Tiradentes receberá neste domingo, 10 de abril, de 12h às 18h, a 3ª edição da Feira Feminista, realizada pelo Coletivo Feminista Várias Marias. O projeto volta à cena da cultura da cidade depois de dois anos, por conta da pandemia da Covid-19.
Mais uma vez, a feira contará apenas com expositoras mulheres, de diversos ramos de produtos e serviços, que se inscreveram previamente para participar da seleção de análise socioeconômica. A feira não tem fins lucrativos, e é organizada com o intuito de apoiar a renda das mulheres. Serão barracas com artesanatos diversos, praça de alimentação, oficinas e apresentações musicais feitas por mulheres da cidade, valorizando e dando espaço às nossas artistas locais. Além disso, também contará com o espaço kids, para que seja um ambiente acolhedor para mães, pais e crianças.
De acordo com o secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico, Alessandro Kelwis, o Município tem grande interesse em mais uma vez apoiar a realização da feira. “Por meio de eventos como esse, para além da questão da mulher, também valorizamos a economia criativa, as pequenas empreendedoras, a solidariedade local e a consequente movimentação financeira no município”, reforça.
Feira Feminista, por quê?
No Brasil, a violência doméstica e familiar vem aumentando a cada ano. Só em Sete Lagoas, foram 2.157 denúncias desse crime em 2021, o que equivale a uma agressão a cada 4 horas, em média. A falta de independência financeira é um dos fatores que contribui para que essas mulheres tenham maior dificuldade de se libertar do processo de violência e abuso. A realização da feira se dá a partir do propósito de emancipação dessas mulheres e para poder auxiliar na renda de trabalhadoras autônomas.
“Ainda vivemos em um mundo patriarcal, em que as mulheres são vistas como cuidadoras dos lares e das crianças, consequentemente, têm a sua renda mensal comprometida, o que agrava a dependência financeira dos seus maridos ou companheiros. Essa subordinação pode ser, muitas vezes, um grande impeditivo para que seja realizada a denúncia de violência doméstica. Além disso, o trabalho doméstico realizado majoritariamente por mulheres, que gastam 72% a mais de seu tempo com ele, não é remunerado e, pior que isso, é invisível”, afirma Maria Paula Monteiro, 22 anos, estudante de Jornalismo e coordenadora do Coletivo. Ainda segundo a coordenadora da feira, ações que promovam a emancipação econômica feminina são estrategicamente fundamentais para a diminuição da violência doméstica e promoção da emancipação da mulher.