O ano era 2013, quando o mais popular aplicativo de paquera chegou ao Brasil. Neste Dia dos Namorados, muitos casais vão comemorar a data, graças a essas ferramentas tecnológicas.
É o caso da fonoaudióloga Michele Ferreira, de 45anos. Ela conta que a tecnologia serviu para filtrar o perfil do futuro parceiro. “Eu entrei nele na intenção de poder selecionar, um pouco mais, pessoas que eu tivesse afinidade no ponto de vista de como que eu vejo o mundo, de que forma eu respeito as pessoas, que isso coincidisse um pouco mais e eu tivesse a oportunidade de conversar muito antes de conhecer pessoalmente mesmo.”
Os usuários desses aplicativos podem selecionar os perfis tanto pelas fotos como por informações que fornecem a plataforma. Ajudando o algoritmo a fazer a curadoria do parceiro ou parceira ideal, como explica a pesquisadora do Instituto Teodoro de Tecnologia e Sociedade Nina Desgranges:. “O histórico de uso da plataforma vai fazer com que determinados perfis sejam mostrados pra ela ou não. Os recursos da plataforma fazem muito mais do que orientar e facilitar interações social. Mas ele vai promover algoritmicamente alguns perfis em detrimento de outros.”
Já para o doutor em psicologia Marcelo Santos, esses aplicativos de relacionamentos deram uma resposta tecnológica a uma transformação que a sociedade já vinha passando: “Eu consigo de repente ter a possibilidade de virtualmente conhecer dez pessoas, quando eu conhecia uma só. Então a probabilidade dentre essas séries eu ter uma aproximação maior com uma é maior do que antes, quando tinha que conhecer uma por uma. Então eu diria que é uma resposta tecnológica a um movimento dentro da transformação dessas relações.”
O usuário desses aplicativos, Ramon, que não quis usar seu nome verdadeiro, avalia que a ferramenta tem um lado positivo que é a facilidade para se relacionar e conhecer pessoas de fora do círculo social mais imediato. Mas por outro lado segundo ele torna os encontros menos espontâneos: “De certa forma parece que a no meio virtual ela é uma coisa mais objetiva assim. Acho que perdeu uma certa magia dos encontros, né? Aí antigamente era a coisa mais espontânea, né? Era algo que acontecia sem muita previsão, né? Era menos objetivo.”
De toda forma, foi graças ao aplicativo de paquera que Ramon encontrou a atual namorada, ou seja, tomando os devidos cuidados segurança para evitar golpes. O importante é namorar.
Edição: Jacson Segundo / Beatriz Arcoverde – EBC